La Niña deve reduzir chuvas em canaviais do Centro-Sul; efeitos serão sentidos em 2025/26

Especialistas discorrem sobre impactos do fenômeno climático para a temporada atual e a próxima.

A safra de cana-de-açúcar 2024/25 já começou e um dos principais pontos de atenção para os produtores, como sempre, é o tempo. As chuvas e a temperatura são fatores incontroláveis, mas com grande influência no resultado de uma temporada. Afinal, para se desenvolver de forma plena, a cana precisa de sol, chuvas e umidade no solo – cada qual em determinada fase de maturação.

Nos últimos anos, o setor passou por três La Niñas, que geralmente trazem mais seca para o extremo sul do Brasil, seguidas por um El Niño – de efeito contrário, resultando em chuvas acima da média na região.

Agora há um período de neutralidade climática, com o país sentindo efeitos das massas de ar polar, mas sem a ocorrência de nenhum dos dois fenômenos. Entretanto, o alerta já foi emitido: um novo La Niña está se formando e poderá chegar a partir do segundo semestre desse ano.

Com o resfriamento das águas do oceano Pacífico, a região Sul do Brasil deverá enfrentar tempos de seca, enquanto o Norte e o Nordeste podem receber chuvas acima da média. A área canavieira do Centro-Sul, principalmente São Paulo, também deve sentir alguns efeitos deste fenômeno climático.

“Historicamente, o La Niña costuma atrasar o período úmido, as tão aguardadas chuvas de primavera”, explica a sócia e meteorologista da Nottus, Desirée Brandt. De acordo com ela, um verão com o fenômeno climático ativo levanta o alerta para um risco de invernada, que consiste em chuvas persistentes, pouca luminosidade e temperatura mais baixa, o que não é favorável para o desenvolvimento das plantas.

Os períodos mais chuvosos também podem influenciar na colheita da cana-de-açúcar, dificultando a entrada de maquinário no campo e atrasando o calendário.

Considerando os dois fenômenos climáticos, o professor da Esalq-USP e um dos responsáveis pelo Sistema TempoCampo, Fábio Marin, afirma que, normalmente, o El Niño tende a atuar de modo mais favorável para a safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul.

“Sempre tem variabilidade, então, não quer dizer que todo El Niño vai ser tão bom quanto este último”, afirma e completa: “O exemplo da safra passada foi espetacular, sem geada e com altíssima produtividade”.

Saiba mais sobre os impactos esperados, incluindo perspectivas para a safra de grãos, no texto completo (exclusivo para assinantes NovaCana).

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